Fichamento 2

Fichamento do texto “Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? “

CYSNEIROS, Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? Informática Educativa – vol.12, n.1, 1999 UNIANDES – LIDIE, p. 11-24.

O autor inicia o artigo falando sobre a qualidade de ensino, tema muito discutido pelos educadores, focando nas regiões Norte e Nordeste, e nas periferias das cidades. Em seguida, o autor discursa um pouco sobre a história da tecnologia educacional e afirma que tratamos de tecnologia educacional ainda que falamos em comunicação na escola quando mediadas pelas novas tecnologias da informação. 

Cysneiros cita o trabalho de Larry Cuban, onde ele conclui que “o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola.” (p.12-13) 

Seus estudos revelam que, além da constante atualização e modificação das mídias para mídias melhores, essas novas tecnologias formam mais um elemento que pode permitir a melhoria das atividades nas nossas salas de aula. 

O autor explica que as primeiras políticas públicas em informática na educação se deram no início dos anos oitenta. Hoje temos como política pública alguns projetos, como o PROINFO. Especialistas apontam falhas, ainda presentes, na implementação dessas políticas. 

As principais falhas apontadas são: a ausência de articulação com os demais programas de tecnologia educativa do MEC, especialmente com o vídeo escola, e com outros como educação especial; a formação regular de professores nas universidades, principalmente aqueles que estão concluindo seus cursos e entrando no mercado de trabalho; e a escassez de laboratórios de informáticas no país. 

Na sequencia, o autor afirma que criar cursos intensivos para treinar professores e estocar equipamentos eletrônicos nas escolas não implica na melhora da qualidade de ensino e que essas tecnologias serão usadas para tal. Para ele, a qualidade no ensino vem dos mestres criativos, que são aqueles capazes de utilizar as tecnologias dentro do contexto apropriado do aluno, facilitando seu aprendizado. Cita exemplos de como essas mídias tecnológicas podem ser usadas. 

Porém o autor ressalta que as mídias podem causar efeitos contrários aos objetivos, chegando ao ponto do auno não utilizar a prática da cópia e da construção, levando a uma simples memorização do conteúdo para a prova. Pior ainda é a possível consequência da cópia indiscriminada e sem o respeito aos direitos autorais, o que está cada dia mais presente no cotidiano escolar. Em seu entendimento, somente a presença da tecnologia no ambiente escolar não tem a capacidade de induzir os educadores a adequarem seus métodos de trabalho e, mesmo com ótimos programas, não são capazes de estimular os educandos a adquirirem novos métodos de aprendizado. 

Ele completa afirmando que é muito importante que as máquinas estejam ao alcance das crianças e adolescentes, mas sempre com o viés da educação e do exame crítico e vai além, mesmo com a aprendizagem estimulante e auto motivadora, é necessário disciplina, persistência, suor, tolerância à frustração, que são desafios presentes no aprender e educar que não serão eliminados por computadores. 

Por fim, afirma que a construção de novas formas de ensinar e de aprender com novas mídias, exigirá do professor uma capacidade permanente de tolerância à frustração e de pesquisa não formal, de busca, de descoberta e criação. 

O texto aponta o uso das mídias como uma das ferramentas para melhorar a qualidade da educação brasileira, porém, de forma corretíssima, explica que é difícil definir o que é qualidade na educação. A qualidade da educação, depende de uma definição de educação (o que é e para que serve em nosso país, quais seus objetivos e metas) para assim definir o que é qualidade. 

O autor ressalta, oportunamente, que não basta financiar e colocar nas escolas um laboratório de informática, cheio das mídias, e acreditar que isso, e somente isso, será capaz de melhorar a qualidade da educação. É preciso medir se o profissional da educação está capacitado para trabalhar com as mídias e se este tem o pleno entendimento de como elas funcionam e podem ser empregadas. 

Isto nos leva a concluir que o mais importante, na verdade, é a formação do profissional. Não importa se ele tem mídias ou não, o que importa é se ele foi bem treinado para utilizar tais mídias ou o material que ele tem. Isto pode estimular o professor ou não. 

Analisando os laboratórios de informática que tive oportunidade de conhecer concluo que infelizmente ainda estamos longe de utilizá-los de forma satisfatória, de forma que contribuam com o desenvolvimento e aprendizado do aluno.

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